Realidade ou Ficção?

A invenção dos primeiros meios de comunicação (telégrafo, prensa móvel etc.) até os mais sofisticados tecnologicamente (televisão, internet, entre outros), fez com que o som e a imagem se transformassem em elementos essenciais para o processo de comunicação das sociedades modernas, uma vez que são veículos que buscam influenciar, transformar hábitos, informar e, principalmente, aumentar o consumo, sob uma ótica completamente capitalista. A prática do “vale tudo” a fim de conquistar o público é utilizada até mesmo quando se trata de entretenimento, haja vista que os filmes, por exemplo, não são apenas obras de arte, mas um produto de consumo das massas.

O atentado de 11 de setembro de 2001 nos EUA é um grande exemplo desse mercado. As cenas da catástrofe que aconteceram em solo americano foram repetidamente noticiadas e impressionavam pela semelhança aos filmes de ficção criados em Hollywood. O episódio deu margem à ficção, transformando o fato em notícias, documentários e filmes, apresentados sob diferentes ângulos, com diversas abordagens e variados formatos e aspectos. Apesar de o cinema ter essa capacidade de produzir fortes reações e seduzir com facilidade o telespectador, alguns acontecimentos mostrados pela televisão podem atingir ou superar as superproduções cinematográficas.

Devemos salientar que, apesar de o cinema ter essa capacidade de produzir fortes reações e seduzir com facilidade o telespectador, alguns acontecimentos mostrados pela televisão podem atingir ou superar as superproduções cinematográficas, a exemplo o caso da menina Isabella Nardoni e mais recente o cárcere privado e morte de Eloá Pimentel. Vivemos numa sociedade que acredita na percepção visual como fonte fundamental para o conhecimento. A notícia é a narrativa do fato. Mas nem sempre pode ser considerada como um “espelho da realidade”, haja vista que além de existir interesses externos, há também o ponto de vista do observador quanto ao evento presenciado.

Fotos: www.google.com.br