terça-feira, 17 de março de 2009

Entenda o que é um AVC


Quando um AVC acontece, um dos elementos mais críticos para a recuperação é um atendimento rápido, a fim de impedir maiores sequelas. No caso específico do deputado federal Clodovil Hernandes (PR-SP), é provável que o tempo tenha sido demais para uma recuperação, uma vez que o incidente aconteceu de madrugada e somente às 8h17 o parlamentar chegou ao hospital. A velocidade de atendimento, nesses casos, é absolutamente fundamental. Um acidente vascular cerebral, também chamado de "derrame cerebral", acontece quando há algo errado na rede do sistema circulatório que irriga o cérebro.

O tipo mais comum é o AVC isquêmico, em que há um entupimento de vasos sanguíneos e a interrupção do fluxo de sangue, prejudicando as células cerebrais. O mais raro, que acaba de acometer Clodovil, é o AVC hemorrágico. Nessas circunstâncias, em vez do entupimento de vasos, o que ocorre é o rompimento. O sangue "vaza" dentro do cérebro e provoca um coágulo, e é esse coágulo que pode matar células cerebrais e deixar sequelas graves. Ele não necessariamente é mais grave que o isquêmico; tudo depende, na verdade, da área do cérebro que é afetada.

Normalmente, episódios de AVC são produzidos por problemas cardiovasculares, de forma que não é incomum que um paciente que tenha sido vítima de um episódio de natureza isquêmica, dois anos atrás, volte a sofrer um derrame, desta vez de ordem hemorrágica. Quando o problema é mais grave e o atendimento é tardio, não é incomum que situações desse tipo levem um paciente ao coma. Os mecanismos que levam ao coma são todos centrais, ou seja, essencialmente de função cerebral.

Nem sempre o coma é visto pelos médicos como uma tragédia. Em alguns caso, o efeito acontece até como forma de defesa do organismo. Por exemplo, quando o coma acontece por um problema metabólico, ele acaba por ajudar o corpo, porque diminui o processo metabólico e economiza a energia que o organismo consome. Mas, quando se fala de AVC, é impossível pensar no coma como um mecanismo de defesa. Em vez disso, ele é um sintoma de que o órgão responsável por "gerenciar" as situações de coma -- o cérebro -- está em apuros.

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