sexta-feira, 13 de junho de 2008


Uma vida em prol de outras vidas

Juscelino Guimarães dos Santos, formado em Eletro-técnica, Bacharel em Teologia e Pós-graduado em Psico-pedagogia, Pastor da igreja Hosana, pai de três filhos, Juscelino Guimarães Junior, Danilo Costa dos Santos e Isaque Costa dos Santos, casado com Edilene Costa dos Santos.
Trabalhou por muitos anos na Coelba e tem um trabalho de grande relevância dentro da sociedade de Jequié, um homem que ao perder um grande amigo para as drogas decide gastar sua vida em função de ajudar o próximo.


Inicío de tudo
A história do ser livre se confunde com a história da Associação Evangélica da Juventude Jequieense, trabalho que foi criado com o pensamento de reunir a nossa juventude para trabalhar em prol de outros jovens. Fazendo grandes movimentos nas praças, daí surgiu a possibilidade de fazer uma obra social algo que pudesse envolver um grande número de pessoas. Foram realizados trabalhos de prevenção contra drogas com duas campanhas, a primeira foi “Drogas to fora gosto mais de mim” e a outra “Drogas nas escolas”. Foram distribuídos mais de 30 mil folhetos nas escolas de Jequié e da região nas duas campanhas.
Nesse período surge a grande questão: O que fazer com essas pessoas e suas famílias que tinham parentes envolvidos com as drogas? Então se passou a encaminhar essas pessoas para centros de recuperação de outras cidades como Vitória da Conquista e Salvador.
Foi quando surgiu o pensamento de ter um centro de recuperação aqui em Jequié. Pesquisas passaram a ser realizadas para descobrir como seria possível construir em nossa cidade um local como esse.
O Grande Amigo
“Gilberto, o meu grande amigo de infância, foi um dos inspiradores pra esse projeto”, diz Juscelino. Gilberto era pra mim como um irmão, estudamos muito tempo juntos, passávamos quase todo tempo perto um do outro, terminei o ginásio fiz o curso técnico e ele estava concluindo o ginásio. Lembro dele sempre afirmando que queria ser alguém e que iria vencer na vida, porém vinha de uma família desestruturada e entre os anos 70 e 80 quando entrou na adolescência com os movimentos, Gilberto deixou seu cabelo crescer e seu pai odiava cabelos grandes, então ele ficou revoltado perdeu o emprego e a despeito disso brigou com seu pai, foi agredido e expulso de casa, e eu fiquei sabendo que o meu grande amigo tinha se enveredado pelo caminho das drogas, nessa época eu estava aqui e ele em Salvador. E eu fui pra lá, naquele tempo não existia um centro específico para drogados, eram tratados em manicômio junto com os loucos, e foi muito difícil ver Gilberto naquela situação. Quando cheguei lá ele tava saindo e eu passei um tempo com ele, mas tinha que voltar e após um tempo recebi a notícia que por conta do seu envolvimento com as drogas Gilberto havia falecido.
Aquela notícia me deixou muito triste, porém foi o que me motivou a lutar para ver o sonho se tornar realidade e hoje o Ser Livre é uma grande realidade e têm ajudado pessoas de nossa cidade e região, mas em contraponto a isso eu teria que fazer pessoas acreditarem junto comigo que daria certo e foi o que fiz, para alguns eu era um visionário que não chegaria a lugar nenhum, mas Deus foi quem me deu o sonho e ele foi quem me capacitou para essa grande obra.
As dificuldades
Essas foram enormes e inúmeras, mas quem tem sonhos sabe que são eles quem move o mundo e o meu me motivava a continuar lutando pelo que eu acreditava, e assim foi e muitos Gilbertos já foram salvos das garras das drogas que aprisionam muitas vidas.
O prazer
Esse é inenarrável, ver pessoas que antes eram excluídas da sociedade voltarem ao convívio natural do lar de sua família, isso não tem explicação, quando olhávamos nos olhos de uma pessoa e vemos que agora estão brilhando cheios de esperanças é muito bom e eu faria tudo novamente, passaria todo sofrimento outra vez, seria xingado, mas ainda assim com todas as dificuldades posso dizer com pureza de alma: Valeu a pena.
O ser livre
O Ser Livre não é meu, não é dos evangélicos, o Ser Livre é das pessoas que necessitam e queiram viver melhor. Lá desenvolvemos trabalhos como agricultura, as pessoas plantam seus própios alimentos, ouvem a palavra e muitos trabalhos são feitos com os internos e depois de regenerados eles decidiram se serão cristãos ou não a escolha é deles o que é nosso é a missão de ajudar a eles se reerguerem.
Palavra Final
“O meu desejo e esperança é que as pessoas possam se unir ao Ser Livre e assim seremos fortes para que possamos ajudar outras pessoas que tanto necessitam, desejo que as pessoas não se esquivem, mas que possam se dar e juntos faremos coisas grandiosas.”
Existem pessoas que passam por nossas vidas e nada acrescentam, mas exitem outras que deixam marcas que se perpetuarão para todo o sempre, assim precisa ser nossas vidas, pois foi o que Deus nos ordenou, que gastássemos a nossas vidas para podermos ganhá-las.






Um comentário:

Unknown disse...

O texto ficou excelente. Você conseguiu tirar o máximo do seu entrevistado, além de demonstrar um pouco da realidade do Ser Livre. Você está de parabéns!!!